Regularmente, o Departamento de Estado actualiza as informações que julga serem relevantes para os norte-americanos que partem de férias para o estrangeiro. As advertências feitas para quem pensa ir para Espanha estão a gerar polémica.
Para além dos avisos habituais sobre o risco de atentados terroristas, em especial da ETA, o Departamento liderado por Hillary Clinton inclui na nota de informação deste ano sobre Espanha uma referência inusitada sobre o racismo.
Sublinha-se que trabalhadores afro-americanos foram recentemente interrogados pela polícia em Barcelona “sem motivo aparente” e que um deles “foi detido e sofreu maus-tratos físicos durante o processo”.
“Os preconceitos raciais podem contribuir para a prisão de afro-americanos que viajem para Espanha”, avisam as autoridades norte-americanas.
As recomendações de Washington a propósito de Espanha fazem hoje notícia no “El País”. O diário contactou as autoridades norte-americanas que desvalorizam, porém, a referência ao racismo, dizendo que a situação relatada corresponde a um “caso isolado” e que não põe em causa a mensagem central de que “Espanha é um país seguro” para todos os norte-americanos.
Greves e roubos não comprometem rótulo de país seguro
O mesmo é referido em relação a Portugal que é descrito no "guia" online preparado para os turistas da maior economia do mundo como um país seguro e “amplamente livre de incidentes terroristas”.
Contudo, como faz parte do espaço Schengen, “grupos terroristas podem entrar e sair do país anonimamente” vindos de outros países europeus, pelo que os turistas norte-americanos são aconselhados a manterem-se “vigilantes em relação à sua segurança pessoal”.
O Departamento de Estado chama também a atenção dos turistas para o facto de Portugal ser palco “com alguma frequência” de “greves gerais e protestos dos funcionários públicos”, que tendem, no entanto, a ser breves, raramente violentos e conhecidos com antecedência.
O risco de furto na rua, em particular em Lisboa, acaba por ser o mais sublinhado. Numa advertência especialmente dirigida às mulheres, os norte-americanos são aconselhados a trancar as portas dos respectivos automóveis, sobretudo quando têm de parar nos semáforos.
O sublinhado – literal – vai porém para os carteiristas e para os assaltos de malas por puxão que, nas "estatísticas" norte-americanas batem todos os recordes num dos trajectos mais belos e concorridos da cidade: “a bordo do eléctrico 28 rumo ao Castelo de São Jorge”.
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