sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Parque Ecológico do Funchal estará regenerado dentro de 20 anos

O presidente da Câmara Municipal do Funchal estimou hoje que a regeneração do Parque Ecológico local, afectado no ano passado pelo temporal e pelos incêndios, demorará 20 anos.

Miguel Albuquerque visitou hoje várias áreas do parque após a conclusão dos trabalhos da Comissão de Acompanhamento do Plano de Recuperação do PEF que, além da limpeza, contenção das escarpas, reflorestação com espécies endémicas, combate às plantas infestantes, recuperação dos percursos pedestres, aponta ainda para a criação de uma Quinta Biológica e de um Centro de Apoio a Actividades de Natureza e Aventura.

O autarca visitou uma das áreas onde estão em curso trabalhos de contenção de escarpas, designadamente as que ladeiam a nascente da ribeira de João Gomes que após percorrer vários quilómetros vai desaguar no litoral da cidade do Funchal; a zona onde decorre trabalhos de limpeza do material ardido e uma operação de reflorestação no valor de 380 mil euros e o espaço destinado à Quinta Biológica e ao Parque Aventura.

"Lançamos, agora, um concurso internacional de 1,4 milhões de euros para iniciarmos este processo de recuperação da área ardida do Parque Ecológico que tem uma importância crucial a nível da segurança da cidade", disse o autarca.

Ao abrigo deste concurso de reflorestação serão plantadas 277.750 plantas endémicas como o loreiro, o til, o vinhático, a faia das ilhas, folhados entre outros.

Para atrair os munícipes e turistas ao PEF, "a Comissão aponta para a construção controlada de um conjunto de infraestruturas começando desde logo por uma Quinta Biológica que vai ter uma componente pedagógica, educativa e de atractividade turística e um Parque de Aventura", acrescentou.

A Quinta Biológica, com cerca de 10 hectares junto da Ribeira das Cales, terá como finalidade incentivar o bioturismo, demonstrar a compatibilidade entre natureza e produção de acordo com parâmetros biológicos, mostrar os usos e costumes associados a determinadas culturas como o milho, o trigo, a cevada, o vinho, as plantas aromáticas e medicinais e a criação pecuária.

O Centro de Apoio a Actividades de Natureza e Aventura, junto à Ribeira das Cales, vai incluir o canyoning, percurso fixo de orientação, percursos de BTT, voo livre, o slide e um circuito de aventura.

"Demonstrar que realmente num ambiente ecológico, tendo por princípio que nada se perde mas que tudo pode ser devidamente aproveitado se criado de uma maneira sustentável, se pode ter um melhor aproveitamento de determinadas condições ambientais", explicou, por seu lado, Susana Fontinha, da Comissão de Acompanhamento.

O PEF foi criado em 1994, está inserido na área do Parque Natural da Madeira e parte está classificado pela Birdlife Internacional como IBA (Área Importante para as Aves) e acima dos 1.250 metros goza dos estatutos de ZPE (Zona de Protecção Especial) e SEC (Sítio Especial de Conservação).

O Parque, propriedade municipal situada numa área montanhosa a norte da cidade do Funchal, implantado numa área de 1.000 hectares, 13 por cento da área total da capital madeirense.

O parque foi duplamente destruído pelo aluvião de 20 de Fevereiro (deslizamento de terras, estragos em diversas pontes e sistemas de drenagem, assoreamento de linhas de água, obstrução e destruição de caminhos florestais e de muralhas de proteção entre outras consequências) e pelo incêndio de 13 de Agosto cujo fogo destruiu cerca de 92 por cento do seu espaço.

A Comissão de Acompanhamento é formada pela Câmara Municipal do Funchal, pelo PEF, pelos Bombeiros Municipais do Funchal, pela Universidade da Madeira e Germobanco, pela Associação dos Amigos do Parque Ecológico do Funchal e pela QUERCUS -- Associação Nacional de Conservação da Natureza.(DN.Madeira)

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