terça-feira, 24 de maio de 2011

Embaixador venezuelano em Lisboa tranquiliza comunidade portuguesa

O embaixador da Venezuela em Lisboa, Lucas Rincón Romero, tranquilizou hoje os portugueses radicados no país quanto à continuidade dos acordos assinados entre Lisboa e Caracas, sublinhando que o Governo venezuelano está interessado em aprofundar as relações comerciais.

"Há intenção, de parte das autoridades actuais, de estreitar mais os vínculos, de aproximação, tanto na parte comercial como nas relações sociais, em virtude da quantidade numerosa da comunidade luso-venezuelana que existe no país", disse.

Desde a renúncia do primeiro-ministro José Sócrates e a convocação de eleições antecipadas em Portugal, vários sectores da comunidade luso-venezuelano têm interrogado e manifestado preocupação sobre a manutenção dos acordos bilaterais assinados entre Lisboa em Caracas. "A comunidade portuguesa deve estar tranquila e satisfeita, porque vamos estreitar ainda mais os laços de amizade", sublinhou o embaixador.

O general Lucas Rincón Romero falava à Agência Lusa, em Caracas, onde no fim-de-semana participou no evento X Encontro de Gerações, uma iniciativa do Diário de Notícias da Madeira, do semanário de expressão portuguesa Correio de Venezuela e do Banif, que reuniu centenas de pessoas no Centro Português de Caracas.

Por outro lado, explicou que "Portugal está num processo preparativo para as próximas eleições" mas a Venezuela está a fazer acompanhamento aos convénios comerciais e não comerciais existentes, segundo o estabelecido na última reunião da Comissão Mista que teve lugar em Fevereiro último em Caracas.

O diplomata sublinhou que mais de 120 acordos foram assinados entre os dois países desde 2008.

"Muitas pessoas acreditam que a relação que existe entre a Venezuela e Portugal do ponto de vista comercial e de acordos diz respeito somente aos computadores Magalhães e à venda ou compra de alimentos, mas não", enfatizou.

Lucas Rincón Romero explicou que há projectos bilaterais em curso na área de energia e petróleo, na implementação de fábricas para a construção de habitações sociais e de antibióticos que requerem vários anos para a sua concretização.

"Portugal tem precisamente uma zona privilegiada para explorar petróleo, o bloco 6 de Junin, na Faixa Petrolífera de Orinoco, e isso não se faz em um, dois ou quatro anos. O Grupo Lena vai começar a construção de duas fábricas para construir inicialmente 12.000 casas. Há também um projecto que se está avaliando para uma fábrica de antibióticos e isso não se faz em questão de um ano ou meses", disse.

O diplomata sublinhou que "de ambas partes há interesse em continuar com esses projectos" e que alguns dos acordos bilaterais "implicam transferência de tecnologia como é o caso dos computadores Magalhães".

Questionado sobre a possibilidade da Central Madeirense vir a ser expropriada pelo Governo venezuelano, insistiu que "houve um mal entendido" sobre esse assunto e que os empresários portugueses proprietários da rede de supermercados já explicaram que o caso decorreu de "algo pontual do ponto de vista laboral".

"o Governo, na pessoa do nosso presidente convidou há alguns dias atrás a Central Madeirense a trabalhar em conjunto na distribuição" de alimentos de qualidade a preços acessíveis", garantiu.

DN Madeira


Sem comentários: