segunda-feira, 23 de julho de 2012

Proteção Civil diz que maioria dos fogos na Madeira "não teve origem natural"

Há mais uma voz que eleva as suspeitas de mão criminosa na origem dos incêndios na Madeira. O presidente do Serviço Regional de Proteção Civil, Luis Neri, tem "quase a certeza" de que a maior parte dos fogos que deflagraram na região nos últimos dias "não teve origem natural".

"Efetivamente, tenho quase a certeza de que apenas uma percentagem reduzida dos incêndios tiveram origem natural", afirmou à Lusa o responsável.

Luís Neri informou que continua a merecer "preocupação" o fogo nas Achadas da Cruz (Porto Moniz), que "começou há dois dias", onde está a "atuar um dispositivo com grande capacidade", existindo reacendimentos na Fonte do Bispo (Calheta) e na Camacha (Santa Cruz).

Nas Achadas da Cruz estão meios das corporações de bombeiros voluntários de São Vicente e Porto Moniz, Santana, Ribeira Brava e Calheta, além de elementos da Força Especial de Bombeiros e de Grupos de Intervenção Permanente da GNR, num total de 80 homens e dez viaturas.

O responsável adiantou que o "vento com variação muito grande e o dia quente com humidade muito baixa acentuaram as dificuldades e a intervenção no terreno".

Quanto aos focos em Machico, segundo Luis Neri, "não oferecem grande preocupação", sendo que um, no Caniçal, "é considerado um pequeno incêndio, numa zona inacessível".

Em Santa Cruz, os bombeiros da corporação da localidade continuam em situação de vigilância, tendo ocorrido um "reacendimento na variante da Camacha e no estreito, no Caniço".

Luis Neri acrescentou que neste concelho da zona este da ilha se mantém a vigilância na Meia Serra, o mesmo acontecendo nas serras altas de Santo António, no concelho do Funchal.

O responsável reafirmou que hoje, "apesar de existirem ainda alguns focos, foi um dia mais calmo".

Luis Neri realçou o esforço dos que estão a combater estes incêndios, "numa semana de atividade contínua, sendo um dispositivo que tem conseguido dar resposta muitas vezes em concelhos distantes dos da sua área".

O responsável disse também que está a ser equacionada uma colaboração mais ativa do Exército, "numa segunda fase, quando os incêndios estiverem controlados e extintos de forma definitiva, sobretudo nas operações de apoio à limpeza das zonas afetadas, quando estiverem reunidas as condições de segurança".

A Madeira tem sido devastada desde terça-feira por uma série de incêndios que deflagraram em diferentes pontos da ilha, com cenários mais críticos nos concelhos do Funchal, Santa Cruz, Calheta, Porto Moniz e Ribeira Brava.JN

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