quinta-feira, 13 de maio de 2010

Director do DN do Funchal demite-se e acusa Jardim de «bullying»

O director do Diário de Notícias do Funchal, Luís Calisto, anunciou esta quinta-feira em editorial a demissão do cargo que exercia desde Outubro de 2005. O director do jornal acusou ainda o presidente do Governo Regional, Alberto João Jardim, de estar a «fazer bullying à imprensa regional».

Luís Calisto iniciou a carreira de jornalista há 35 anos no DN insular e foi director da RTP-Madeira. Agora demite-se da direcção do DN do Funchal, lançando duras críticas a Alberto Jardim por estar a aproveitar a actual conjuntura difícil, sobretudo para a imprensa, para «concretizar o seu antigo projecto de fechar o diário».

«Depois de muitos anos a atribuir ao DN ofensas e ataques pretensamente gerados contra si, o Dr. Jardim passou à estratégia de desvirtuar o mercado regional dos media, passando expressamente a beneficiar em 1992 um jornal concorrente o Jornal da Madeira (JM) com uma verba anual astronómica», escreve.

O jornalista critica ainda Jardim por «intimidar os empresários que anunciavam no DN», por ter reduzido «praticamente a zeros a publicidade oficial» e de ter dado «ordens às instituições públicas dependentes do Governo Regional para cortar centenas de assinaturas».

«Não satisfeito com os atropelos à lei para levar este diário à falência, o Dr. Jardim, em Janeiro de 2008, passou o JM a gratuito, aumentando a sua tiragem de 5 mil para 15 mil exemplares», aponta.

O director do Diário de Notícias do Funchal refere que o DN viveu em 2009 o «drama do despedimento coletivo» e que «está à vista» uma nova vaga de dispensa de funcionários.

Luís Calisto critica ainda outras instituições, recordando que, apesar do Presidente da República, a Assembleia da República, a ERC (Entidade Reguladora para a Comunicação Social), os tribunais, os partidos políticos, o Governo de Lisboa «terem conhecimento dos criminosos atentados contra a liberdade de imprensa na região», acabam por chegar à Madeira e «elogiar a superior qualidade da democracia na Madeira» e a «obra» realizada pelo «democrata» Alberto João Jardim.

Luís Calisto termina a esclarecer que se demite do cargo de director «mas não da carreira de jornalista» porque «a vida continua hoje». (TVI)

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