O presidente da Associação de Comércio e Serviços da Região Autónoma da Madeira afirmou hoje que a proposta de Orçamento do Estado para 2011 é uma "catástrofe para o tecido empresarial", considerando que a recessão económica está iminente.
"O documento a ser implementado, e tudo leva a crer que sim, vai ser uma catástrofe empresarial", afirmou Lino Abreu, acrescentando haver já muitos empresários a contactar a associação "no sentido de saber quais são as alternativas e os meios para atenuar os danos que vão sofrer no próximo ano".
O responsável admitiu contudo que "não há meios nem instrumentos que possam minimizar o duro golpe que a partir de Janeiro cidadãos e empresas vão ter de assumir".
Segundo o dirigente, as medidas preconizadas pelo Governo vão representar uma "diminuição dos orçamentos familiares", que se traduzirão numa "redução do poder de compra", o que "vai reflectir-se nas compras do dia a dia".
Reconhecendo consequências imediatas para o pequeno comércio, o presidente da Associação de Comércio e Serviços da Região Autónoma da Madeira, entidade que representa 1426 empresas, não tem dúvidas de que a proposta orçamental do Governo tem subjacente outros problemas.
"A curto prazo vamos ter mais desemprego, mais falências e a recessão económica vai aparecer rapidamente", acrescentou Lino Abreu.
Também o presidente da Associação Comercial e Industrial do Funchal (ACIF), Duarte Rodrigues, disse acreditar que a recessão económica vai ser uma inevitabilidade.
"O crescimento de 0,2% que é apontado é na perspectiva da estagnação", declarou Duarte Rodrigues, sustentando que o caminho é a recessão económica, tanto mais porque "a previsão do aumento das exportações em 7,3% é ambiciosa face à situação económica do país".
Classificando como "muito preocupantes" e "muito negativas para a economia" as medidas propostas pelo Governo, de que realçou o aumento do IVA ou a redução do rendimento disponível das famílias, o dirigente recusa, no entanto, para já, falar em catástrofe.
Para o responsável da ACIF, associação que agrega cerca de mil empresas, o Governo "deveria ser mais ambicioso na redução da despesa", o que o levaria a "ser mais brando no agravamento da carga fiscal", com "impactos muito positivos na economia, pela manutenção e crescimento das empresas por via do consumo, e na criação de emprego".
Duarte Rodrigues lembrou que "os momentos de crise encerram sempre momentos de oportunidade no fim do seu ciclo", mas o problema passa por saber quando é que as oportunidades serão realidade, porque "a crise vai durar vários anos certamente".
(DN Madeira)
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