Nos maiores palcos desportivos da Região - no Estádio da Madeira e dos Barreiros - a PSP ainda desempenha funções que no continente são já asseguradas pelas empresas privadas de vigilância.
A situação é explicada pelo facto dos Assistentes de Recintos Desportivos (adiante designados por ARD's) apenas estarem credenciados a garantir a segurança nos recintos desportivos há cerca de um ano, como informou Rui Freitas, da empresa Securitas.
Apesar da situação não agradar aos responsáveis pelas empresas privadas, a questão é secundarizada pelos mesmos, até porque os vigilantes são credenciados e tutelados pela PSP.
Na Região, pelo menos duas empresas têm vigilantes credenciadas para garantirem segurança nos recintos desportivos: a Securitas, nos Barreiros e a Charon, no Estádio da Madeira. Também apelidados de 'Stewards', os vigilantes devem usar uma sobreveste identificativa.
Segundo o responsável da empresa Securitas, o ideal seria um meio termo na actuação da polícia e das empresas de vigilância, até porque, deixam claro que não podem nem pretendem substituir-se à PSP. Isso mesmo explica Rui Freitas. "O que tem de existir é um meio termo entre a força de segurança pública (para manter a ordem) e depois um conjunto de procedimentos que são executados pelos agentes de segurança privada que contribuem para a segurança no recinto de jogo. Naquilo que é uma situação de conflito a PSP é indispensável".
Todavia, como acima se escreveu, há tarefas que a PSP desempenha que são da competência dos vigilantes. "O controlo e revista de entrada de adeptos nos estádios no continente já é feito pelas empresas de vigilância. Na Madeira isso ainda não sucede. Isto acontece por uma questão de opção do clube e porque só recentemente existem ARD's na Região. O mais importante é que haja controlo das entradas", explica o responsável da Securitas.
Custos mais baixos
Para os clubes, a principal vantagem da contratação das empresas privadas de vigilância está nos custos mais baixos desse serviço em relação à PSP. "Desconheço o valor que é praticado. Isso é uma opção dos próprios clubes. Há uma obrigação legal para que a polícia esteja presente. A única coisa que lhe posso dizer é que praticamos preços bem mais baixos. Basta ver quanto custa formar um polícia e um vigilante", afirma Rui Freitas.
Contudo, como explicou um funcionário de um clube, que pediu o anonimato, cabe à PSP decidir o número de homens a destacar para os recintos de jogo. Ora, é esse número que também vai influenciar o número de vigilantes num estádio. Funcionam em proporções inversas. Se se tratar de um jogo de risco normal, podem ser destacados no mínimo 25 agentes (mais 25 vigilantes), se for de risco alto pode chegar aos 50 agentes (mais 50 vigilantes). O mesmo funcionário garantiu que, em média, a segurança de um jogo da I Liga custa 2300 euros.
Segurança em todos os recintos
Rui Freitas explicou também que os Assistentes de Recinto Desportivo estão qualificados a garantir a segurança em qualquer recinto desportivo, isto é, pavilhões, piscinas, pistas de atletismo, entre muitos outros espaços que não só estádios de futebol. "Podemos fazer segurança em qualquer jogo. Podemos exercer a actividade de segurança privada em pleno em todo o território nacional e podemos cumprir qualquer solicitação que nos seja feita em todo território nacional".
Sempre com muito cuidado para não chocar com o papel desempenhado pela PSP, o responsável pela Securitas na Região volta a dizer que na área da segurança pública a polícia é indispensável.
Apesar do DIÁRIO ter contactado a Charon, que faz a segurança dos jogos da I Liga do Nacional, mas a resposta não chegou em tempo útil.
Competências dos vigilantes
1.Vigiar o recinto e anéis de segurança
2.Controlar os acessos
3.Controlar os títulos de ingresso e mecanismos de verificação e contagem.
4.Acompanhar, orientar e informar os espectadores
5.Prevenir, controlar e comunicar ocorrências de incidentes
6.Acompanhar grupos de adeptos
7.Inspeccionar as instalações
8.Impedir a circulação dos espectadores entre sectores
9.Evitar a obstrução das vias de acesso ou emergência no interior do recinto
Fonte: DN Madeira
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