sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Em tempo de crise Jardim esbanja 5,2 milhões de euros nas festas de natal e fim do ano

O governo regional da Madeira está a gastar 5,2 milhões de euros nas festas de Natal e de fim do ano, praticamente, apesar das actuais medidas de austeridade, o mesmo valor investido em 2009 no seu maior cartaz turístico.

Só na queima de fogo-de-artifício na noite de São Silvestre, o executivo de Alberto João Jardim vai despender mais de um milhão de euros. A impugnação do concurso de adjudicação do espectáculo pirotécnico foi requerida junto do Tribunal Administrativo do Funchal pela Minhota, empresa preterida em detrimento da vencedora Macedos Pirotecnia com a proposta de 1,06 milhões de euros, superior em 40 mil euros.

Este ano o fogo-de-artifício movimentará 38.486 peças pirotécnicas com um peso total de 19,5 toneladas, que equivalerão a 87.250 disparos, mais 10 por cento do que no ano passado. Segundo a “Macedo Pirotecnia”, este será o maior espectáculo de sempre e será subordinado ao tema “Sentir a Madeira”, tendo a duração de oito minutos. Os 40 postos de fogo, incluindo um na ilha de Porto Santo, movimentam mais de 500 pessoas, das quais 276 são seguranças e 98 pirotécnicos.

Com a capital madeirense iluminada por mais de 400 mil lâmpadas, o programa inclui animação musical com bandas e grupos de folclore a percorrerem as ruas do Funchal, exposições e concertos em várias igrejas. Os festejos prolongam-se até 6 de Janeiro, dia em que haverá actuações da banda e o desfile das romarias no centro da cidade.

Na noite de hoje o céu apresentar-se-á um pouco nublado no Funchal, estando temporariamente muito nublado no norte e nas zonas montanhosas onde podem ocorrer aguaceiros fracos até ao final da manhã, segundo as previsões do Instituto de Meteorologia. O vento será moderado, mas no Funchal as indicações é que não ultrapasse os 15 quilómetros por hora.

Ocupação hoteleira: a mais baixa de sempre

A taxa de ocupação nos hotéis madeirenses na passagem do ano situa-se nos 77 por cento, revelou ontem a secretária regional dos Transportes e Turismo. Conceição Estudante considerou esta percentagem “satisfatória”, apesar de ser inferior aos 90 por cento atingidos em 2009 e nos anos anteriores.

"Ao fim de oito meses de uma grande tragédia ocorrida num destino turístico é um excelente resultado, porque ao nível de organizações internacionais a constatação que se faz em termos de recuperação de locais afectados é que só acontece ao fim de um ano, pelo que a Madeira regista uma ocupação satisfatória", frisou. A governante traçou como grande objectivo para o próximo ano "a recuperação da imagem da Madeira como destino recuperado e ultrapassar tudo o que foi vendido como má imagem de destruição, de tempestade".

Com a sua mais baixa taxa de ocupação hoteleira de sempre nesta quadra, a Madeira deverá registar no final do ano uma quebra recorde na sua principal actividade económica. Só entre 1 e 27 de Dezembro, o aeroporto da Madeira perdeu cerca de 10.700 passageiros, uma “perda significativa” que a empresa Aeroportos e Navegação Aérea da Madeira (ANAM) atribui ao “mau tempo que se faz sentir por todo o continente europeu”.

A Madeira, ao contrário das restantes regiões do país, não conseguiu inverter as perdas dos primeiros meses de 2010. Em Setembro, voltou a ser a única excepção no retrato de recuperação do turismo nacional, apresentando uma quebra de 3,1 por cento nas dormidas e de 1,2 por cento nos proveitos hoteleiros, num mês em que os indicadores globais apontaram para subidas de 7,8 e 6,6 por cento, respectivamente. (Público)

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